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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Suicídio: um mau irreversivel

Tenho me interressado e me preocupado com o tema - suicídeo - desde a época da universidade, porém não quero me ater aqui aos termos e causas para tentar explica-lo, se é "melancolia", "fulga", "mecanismo de defasa", "reforço positivo"...  enfim, será que podemos evitá-lo? Getúlio Vargas por exemplo já havia anunciado de forma sutil  o seu lado suicida em seu primeiro governo. 

Bom, dentre muitas divergências de ideias pelas causas, um dado é concreto: nos últimos dez anos no Brasil as mortes causadas pelo suicídio aumentaram 17%. Ai vai um pequeno esdudo publicado por Lisandra Paraguassu, Ligia Formente e Rafael Moraes ( Agência Estado ).

"Embora o Brasil não tenha cultura ou tradição suicida, o mapa da violência/2011, divulgado pelo instituto Sangari e o Ministério da Justiça, revela que, das três causas de mortalidade violenta, os suicídios foram os que mais cresceram na década de 1998 - 2008: 17% tanto para a popuação total e tanto para os jovens (com idade entre 15 e 24 anos), as outras duas causas violentas de morte são os homicídios e os acidentes de transporte". 

"O mapa revela uma característica especial entre os municípios com índices exageradamente elevados de suicídios: vários deles são sedes de assentamentos de cominidades indígenas. É o caso de Amambaí e Paranhos, no Mato Grosso do Sul, que encabeçam a lista de suicídios na população total, ou de Dourados, também no Mato Grosso do Sul, e Tabatinga, no Amazonas, que lideram na lista de suicídios juvenis".

Portanto, não podemos ficar de braços cruzados com essa situação, será que nesses municípios teem CAPSI - Centro de atendimento Psicossocial, ou o CAPSI já não está mais dando conta?  Ou não tem psicólogos e psiquiátras suficientes? Porque não temos atendimento no CAPSI 24 horas? Fica ai um questionamento para refletírmos as demandas, no que diz respeito a saúde mental do nosso município, porque saúde é coisa séria!!!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O VOTO

Em ciência política, O sufrágio "(do latm suffragium) é a manifestação direta ou indireta do assentimento ou não assentimento de uma determinada proposição feita ao eleitor, é uma forma de participação e demonstração de interesses dos indivíduos na vida pública, na sociedade política. No fundo é o direito ou a execução do direito de votar. Quando a participação é direta o povo decide os assuntos do governo e quando a participação é indireta são eleitos representantes para que sejam tomadas as decisões".

Sobre este aspecto, o voto é sobretudo a manifestação da opinião, é a expressão do modo de pensar do eleitor, como acontece na democracia direta, pois que, quando ele vota em uma determinada pessoa, manifesta sua concordância às ideias que pretende realizar ou defender na administração do estado ou no poder legislativo. Suposto que cada candidato aos cargos eletivos tem um programa a executar, tem pontos de vista dicotômicos ou não sobre as questões públicas, o voto que o eleitor lhe dá significa - ou era para significar - conformidade com esses pontos de vista, é também uma decisão sobre modos diversos de tratar os problemas da sociedade.

No entanto, não seria razoável considerar o voto como a decisão definitiva e refletida do indivíduo ante todos os problemas políticos, econômicos, jurídicos, filosóficos e sociais que o poder público enfrenta. Exigir uma tal capacidade de cada eleitor seria tornar o voto consciente impossível a uma grande parcela da população, isso por que, deixando de lado a cultura e a experiência excepcional que essa capacidade eleitoral pode ter, a verdade é que majoritariamente, os indivíduos não podem dedicar-se ao estudo dos problemas de governo para ter sobre a solução deles um juízo de valor firmado.
O que é razoável, sim, é considerar que o eleitor tem bastante discernimento para escolher pessoas que, por seus conhecimentos e idoneidade sejam capazes de governar bem, e o voto do povo é uma expressão da confiança que nelas deposita, nesse sentido, o exercício de votar é dar a representatividade e organização da confiança direta do eleitorado aos indivíduos eleitos.

Por outro lado, o voto significa também a participação do indivíduo na vida do estado, demonstra não só o seu interesse pelos destinos da sociedade política a que pertence como é ainda a concretização do seu direito a se fazer ouvir, a influir no governo, a emitir opinião sobre assuntos que lhe concernem diretamente.

Por essas e muitas outras razões, devemos valorizar - do ponto de vista moral e ético - o direito democrático do voto, que desde a redemocratização tem se aperfeiçoado em nosso país e particularmente em nosso município com o início da quebra das oligarquias regionais. Pense nisso!!
 

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Juventude e Autonomia: por uma nova geração de políticas públicas

Nas sociedades contemporâneas, a juventude é a fase do ciclo da vida em que os seres humanos vivenciam, de maneira mais intensa, parte da construção de sua identidade pessoal e coletiva e iniciam a busca por autonomia e independência. A busca por autonomia pode ser vista como uma espécie luta individual pela soberania do próprio corpo, que durante a fase da infância é controlado pelos adultos. 

Com a justificativa da proteção e do cuidado, os pais ou familiares exercem uma forte dominação sob os corpos dos jovens que alcança desde a definição de horários de entrada e saída na casa, passando por restrições à participação em festas ou atividades de convivência, intromissão na escolha de parceiros afetivos, chegando até a interferência na escolha profissional ou pressão para o ingresso precoce no mercado de trabalho, ainda que seja em ocupações precárias.

Evidentemente, as situações de dominação não são homogêneas e nem acontecem em todas as famílias. A tutela pode se alterar em forma e intensidade, a depender da condição social ou religiosa da família. Por este motivo, durante a juventude a maioria das pessoas vivencia conflitos familiares intensos e por conseqüência as alternativas para conquistar a autonomia, que variam também de acordo com as origens sociais. 

Nas classes com maior renda, os jovens optam por estudar em universidades localizadas em cidades fora do domicílio da família. Assim, vivem em moradias individuais ou coletivas (republicas) ou moradias oferecidas pelas universidades (estudantis), aonde podem ter uma rica experiência de liberdade individual longe do controle dos pais. Em outros casos, esses jovens têm a oportunidade de passar temporadas de intercambio em países estrangeiros.

Para os jovens das camadas populares os caminhos para autonomia passam pelo casamento precoce ou gravidez, pela ruptura antecipada com o núcleo familiar quando acabam sendo expulsos de casa devido às escolhas comportamentais, ou pela entrada no mercado de trabalho quando acompanhada de mudança na cidade de origem. Outra forma de conquista de autonomia dá-se quando os jovens de cidades do interior migram para cidades pólo ou capitais em busca de vagas em universidades públicas ou de escolarização (profissional ou média) ou de empregos com maior remuneração.

Por isso, temos defendido a urgência de se formular uma nova geração de políticas de juventude que ofereçam programas viáveis e em grande escala, com objetivo de favorecer e conscientizar a conquista de autonomia pelos jovens.

As atuais políticas de juventude estão assentadas em estratégias de ocupação do tempo livre dos jovens, quando este não é absorvido pelas instituições tradicionais (escola e família). Assim, as políticas, enquanto formas reguladoras dos tempos, funcionariam mais como um elemento de dominação e poder sobre os segmento juvenis, retirando dos jovens qualquer possibilidade de insurgência, na medida em que o seu foco está na transição para a vida e integração sem conflitos no mundo adulto.  

Por outro lado, uma nova geração de políticas de juventude precisará trazer para o seu centro o dever do Estado em prover as condições indispensáveis para o bem estar, a emancipação e reconhecimento dos jovens, promovendo sua criatividade e participação com objetivo de apoiar a busca por autonomia e independência para serem vivenciadas em tempo oportuno. 

A juventude do Partido dos Trabalhadores tem avançado muito do ponto de vista qualitativo, porém, este movimento está centralizado nas capitais ou apoiado dentro dos gabinetes parlamentares, é hora de descentralizar para alcançar outras regiões do estado, aqui em Itaboraí começaremos a discução de filiação da juventude, não só para o fortalecimento do partido, mas principalmente para uma contribuição político-social do município!    


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Oportunidade para a juventude!

A valorização do governo LULA em políticas para a juventude é incomparávelmente superior, pelo menos na história recente do nosso país, do que em outros governos ditos democráticos, se eu fosse aqui esboçar sobre todos (prouni, reuni, Jovem aprendiz, jovem primeiro emprego...etc) ira levar muito tempo.
Com isso, irei me ater ao Programa de Referência da Juventude - PRJ, patrocinado pelo PAC através do ministério da ciência e tecnologia comandado pelo companheiro Mercadante.

Com 1800m2, os CRJs teem cursos profissionalizantes, atividades de tempo livre e toda a parte de documentação para os jovens e com uma novidade, agora de que todos eles passam a ser patrocinados pela Petrobrás.

É a juventude incluída na principal ação nacional do Governo Federal, com parte dos financiamentos advindos da maior estatal do país.  Sem dúvida há maior compreensão do Poder Público em exaltar o papel dos jovens para a contribuição e o desenvolvimento do nosso país, mas também da forte articulação política  para tirar os planos do papel. Bom, um projeto como  esse é que a nossa juventude itaboraiensse precisa e estaremos concentrando nossas forças para trazê-lo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Estresse e trabalho: um problema constante nas organizações contemporâneas.

Esta pequena introdução tem como objetivo nos fazer pensar sobre às causas e reações do estresse nas áreas da vida humana, mais especificamente na relação do homem com o trabalho. Atento à complexa mudança que tem acontecido no mundo do trabalho, cogita-se em aprofundar-se no estudo do estresse causado por esta vertente.

O estresse, o mau-do-século como tem sido chamado hoje em dia, faz parte da vida do ser humano, em maior ou menor grau. Fator de desgaste para muitos, é dicotômico da boa qualidade de vida e do bem-estar, tem como facilitador do seu surgimento muitas situações características da nossa contemporaneidade, dentre elas, a má alimentação, o sedentarismo, a agitação do trabalho e o consumo exacerbado de produtos que estão para além das necessidades do homem.

Os males relacionados ao estresse são considerados um grande problema por que resultam, tanto para empresa quanto para o trabalhador, em perdas incontáveis de dias por faltas ao trabalho; em baixa produtividade; em decisões equivocadas. A condição do mercado de trabalho tão competitivo – muitas das vezes desleal – submete o profissional à extrema pressão, freqüentemente associada ao local de trabalho, e decorre ao longo do tempo, com prejuízo da motivação e, conseqüentemente, do desempenho, levando-o ao estresse.

O perfil do que se diz ser de um bom profissional para as empresas, passa por características de “semi-deuses”, onde devem existir absolutamente todas as características de um ser perfeito: criativo, ótima comunicação, competente, disposto, grande poder de concentração, sabe mandar e sabe receber ordens, saber ouvir e se colocar, sabe estimular o crescimento do grupo e dos indivíduos além de almejar também para si e para a empresa, o crescimento. Tem muito boa aparência e alto grau de compreensão do comportamento humano e tem facilidade em lidar com ataques histéricos dos patrões, sem se abalar quando chamado de incompetente, ou quando for colocado sobre seus ombros a responsabilidade de um erro a respeito de algo que na verdade não lhe competia, pois tem alto poder de análise e um emocional impecável e saberá discernir, esclarecer e apaziguar o conflito, sem se abalar.

E por aí segue a lista dos poderes dos “super-heróis” imaginários e o que é pior, exigidos que apareçam e encarnem em todos os funcionários. Esse mesmo padrão utópico, profissional, é estabelecido também para diversos setores de nossas vidas, pois existem padrões estéticos onde a beleza física é um padrão irreal, que existe apenas nas revistas e passarelas. Existem também inúmeros padrões para os comportamentos e sentimentos, onde são estabelecidos padrões para o relacionamento ideal dos pais com os filhos, de filhos com os pais, padrões para as amizades, para os relacionamentos amorosos, enfim, temos modelos ideais em todos os setores de nossas vidas, onde devemos nos encaixar de uma forma ou de outra.

É realmente impossível viver feliz sem o carro do ano ou um celular? O homem trabalha no que realmente gosta? Podemos ser amados pelo que realmente somos em vez de sermos amados pelas nossas aparências? Quem realmente somos? Que consequências esse ideal de vida irá afetar  a saúde mental do Homem?

Com isso, o estresse tem se tornado cada vez mais popular e íntimo do homem moderno. Ao decorrer da história tivemos enormes avanços tecnológicos no campo do trabalho, mas ao mesmo tempo em que é uma conquista, traz, para quem trabalha no berço capitalista, o germe do seu desgaste e sofrimento.

Pense nisso e dê sua crítica, elogio ou sugestão. 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Direitos Humanos e Educação: uma escola democrática


Geralmente guando se fala em "direitos humanos e educação"o que vem a mente é a violência criminal que envolve os jovens no ambiente escolar. O grande fator contribuinte da violência, em especial nas médias e grandes cidades brasileiras, é a segregação entre as classes socias, está na separação dos altos muros escolares rodeados por câmeras, das grades e cercas elétricas que separam os condomíneos do resto do mundo, com isso pode-se acrescentar a segregação armada das empresas de segurança dos bairros nobres ou dos vigilantes e vigias das periferias, surge também o blindado que dá a sensação de "segurança".
Esta segregação cria barreiras imaginárias e irraizadas aos jovens: o temor, o pânico, o ódio, enfim a desconfiança sempre tem lugar quando estão ausentes o convívio sadio e o diálogo. Este é o contexto em que estão se formando grande parte das novas gerações. Se no passado a escola pública reunia estudantes de diferentes níveis socias e de diferentes pensamentos, aproximadamente nas últimas três décadas ela abandonou definitivamente este papel, sendo exclusiva apenas aos jovens de baixa renda, então as crianças de classe média alta crescem sem o contato com crianças mais pobres e passam toda a infância e juventude "protegidas" pelos muros altos, pelo carro blindado, etc, de ambos os lados, criam-se medos e preconceitos que geram a incapacidade de ver no outro um semelhante da mesma espécie, potencializando assim as manifestações de violência.
Em quase seis anos de Conselho Tutelar tive a oportunidade de ver muita coisa, em algumas das palestras que ministrei para um grupo de jovens do terceiro ano do ensino médio de uma escola pública municipal tinha como objetivo conscientizá-los dos seus direitos e deveres como alunos e como cidadãos, lembro-me bem deste episódio por que era a última semana de setembro de 2008, ou seja, última semana para o dia das eleições municipais daquele ano. Procurei interagir ao máximo com o grupo através de dinâmicas e músicas, por fim o que eu queria era ouví-los, então já na etapa final do encontro lancei as seguintes perguntas: O que acham das propostas de plano de governo educacional que os candidatos à prefeito teem? Resposta: silêncio. Lancei mais uma: Quem já tem candidato à vereador e qual a causa de estar votando nele? Para minha surpresa a minoria já havia se decidido por alguém com as diversas causas do tipo: "Vou votar nele por que minha mãe pediu." "Voto nele por que ele é gente boa, está sempre fazendo umas festinhas para a comunidade." O revoltato cheio de razão diz: "Vou votar em qualquer um por que são todos iguais, não vai mudar nada mesmo!"
Depois de algum tempo, o grupo foi se soltando, as ideias foram surgindo e o debate foi ficando qualitativamente melhor, pelo menos consegui provocá-los a pensar e a questionar em que lugar estão no mundo, com isso, nos dias seguintes fiquei pensando nestas disparidades da nossa realidade e ví que não basta apenas dizer que a educação é a saída, não basta combater a criminalidade e os diversos tipos de violência com a educação, pelo contrário, deve-se tomar muito cuidado para a educação não se tornar um combustítel para ela.
Uma das saídas neste caso é a educação política presente nas escolas, por que já dizia o filósofo: "O mau de quem não quer saber de política é que ele será governado por quem gosta muito."
Como estamos educando nossas crianças? Em que tipo de alienação elas estão vivendo, a alienação da alta sociedade ou a da baixa renda?