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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Juventude e Autonomia: por uma nova geração de políticas públicas

Nas sociedades contemporâneas, a juventude é a fase do ciclo da vida em que os seres humanos vivenciam, de maneira mais intensa, parte da construção de sua identidade pessoal e coletiva e iniciam a busca por autonomia e independência. A busca por autonomia pode ser vista como uma espécie luta individual pela soberania do próprio corpo, que durante a fase da infância é controlado pelos adultos. 

Com a justificativa da proteção e do cuidado, os pais ou familiares exercem uma forte dominação sob os corpos dos jovens que alcança desde a definição de horários de entrada e saída na casa, passando por restrições à participação em festas ou atividades de convivência, intromissão na escolha de parceiros afetivos, chegando até a interferência na escolha profissional ou pressão para o ingresso precoce no mercado de trabalho, ainda que seja em ocupações precárias.

Evidentemente, as situações de dominação não são homogêneas e nem acontecem em todas as famílias. A tutela pode se alterar em forma e intensidade, a depender da condição social ou religiosa da família. Por este motivo, durante a juventude a maioria das pessoas vivencia conflitos familiares intensos e por conseqüência as alternativas para conquistar a autonomia, que variam também de acordo com as origens sociais. 

Nas classes com maior renda, os jovens optam por estudar em universidades localizadas em cidades fora do domicílio da família. Assim, vivem em moradias individuais ou coletivas (republicas) ou moradias oferecidas pelas universidades (estudantis), aonde podem ter uma rica experiência de liberdade individual longe do controle dos pais. Em outros casos, esses jovens têm a oportunidade de passar temporadas de intercambio em países estrangeiros.

Para os jovens das camadas populares os caminhos para autonomia passam pelo casamento precoce ou gravidez, pela ruptura antecipada com o núcleo familiar quando acabam sendo expulsos de casa devido às escolhas comportamentais, ou pela entrada no mercado de trabalho quando acompanhada de mudança na cidade de origem. Outra forma de conquista de autonomia dá-se quando os jovens de cidades do interior migram para cidades pólo ou capitais em busca de vagas em universidades públicas ou de escolarização (profissional ou média) ou de empregos com maior remuneração.

Por isso, temos defendido a urgência de se formular uma nova geração de políticas de juventude que ofereçam programas viáveis e em grande escala, com objetivo de favorecer e conscientizar a conquista de autonomia pelos jovens.

As atuais políticas de juventude estão assentadas em estratégias de ocupação do tempo livre dos jovens, quando este não é absorvido pelas instituições tradicionais (escola e família). Assim, as políticas, enquanto formas reguladoras dos tempos, funcionariam mais como um elemento de dominação e poder sobre os segmento juvenis, retirando dos jovens qualquer possibilidade de insurgência, na medida em que o seu foco está na transição para a vida e integração sem conflitos no mundo adulto.  

Por outro lado, uma nova geração de políticas de juventude precisará trazer para o seu centro o dever do Estado em prover as condições indispensáveis para o bem estar, a emancipação e reconhecimento dos jovens, promovendo sua criatividade e participação com objetivo de apoiar a busca por autonomia e independência para serem vivenciadas em tempo oportuno. 

A juventude do Partido dos Trabalhadores tem avançado muito do ponto de vista qualitativo, porém, este movimento está centralizado nas capitais ou apoiado dentro dos gabinetes parlamentares, é hora de descentralizar para alcançar outras regiões do estado, aqui em Itaboraí começaremos a discução de filiação da juventude, não só para o fortalecimento do partido, mas principalmente para uma contribuição político-social do município!    


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